Como a tecnologia em nuvem protege dados no registro mercantil

3 de junho de 2022 - 13:02 # # # #

Ferramentas que filtram o  tráfego, barreiras virtuais e repositório de informações são algumas das estratégias de defesa para a base de dados. 

Todos os dias, centenas de solicitações são enviadas pelo Portal de Serviços da Junta Comercial do Ceará. Apenas entre janeiro e abril de 2022, a Jucec registrou 27.902 atendimentos virtuais, entre cadastros, assessorias técnicas, emissão de certidões, autenticações de livros mercantis e demais serviços do órgão. 

Um exemplo da quantidade de processos analisados é  o índice de abertura de empresas, que chegou a 8.168 registros no mês de abril, resultando em uma média de  400 formalizações por dia. 

Além da constituição de novos negócios, também são pedidas alterações e extinções de empresas, cooperativas e sociedades, sempre formalizadas com envio de documentos e preenchimento de formulários, que tramitam para análise ou são processados automaticamente. 

Todo este volume de informações está protegido na memória virtual do Sistema de Registro Mercantil (SRM), que fica hospedada em nuvem, com acesso restrito à equipe de registro e legalização de empresas e aos profissionais de tecnologia da informação.

Em 2017, a  Junta Comercial do Estado do Ceará  tornou-se a primeira autarquia de registro mercantil brasileira a utilizar o armazenamento digital de dados. 

Com a medida, a base de dados relativa à movimentação empresarial no Estado ganhou segurança, velocidade e estabilidade, já que a substituição da estrutura física pela hospedagem virtual proporcionou melhora na oferta de seus serviços online. 

A manutenção e proteção das informações em ambiente virtual é um dos principais investimentos previstos na próxima fase do Convênio Empreendedor Digital, que seguirá sendo presidido pela Jucec até abril de 2024.  

Na avaliação de Carolina Monteiro, presidente da Jucec e gestora do convênio Empreendedor Digital, “o armazenamento em nuvem é absolutamente imprescindível tanto para a segurança de dados quanto para a otimização dos serviços para quem presta e quem recebe”, afirma.

Para intensificar a integridade dos dados, o Convênio prevê a contratação de DataGuard, um repositório para minimizar riscos de ataques cibernéticos. O consultor técnico do Empreendedor Digital, Alex Barbosa, explica que atualmente o armazenamento de dados em nuvem funciona com infraestrutura de hardware e software instalada em uma empresa especializada. 

“O armazenamento em nuvem oferece à Jucec uma infraestrutura tecnológica remota, dinâmica, flexível e com toda a segurança de tecnologia da informação. Antes, quando a infraestrutura estava alocada num data center (centro de dados)  próprio, a Junta Comercial tinha muita dificuldade de manutenção dos seus sistemas”, explica o consultor.

A infraestrutura do Data Guard servirá de defesa ao sistema, em caso de possíveis tentativas de  invasão, explica Alex. “Como a tecnologia é dinâmica e os desafios constantes com os avanços dos ataques e invasões a sistemas públicos e privados, a Jucec está contratando da Etice uma infraestrutura paralela, que funcionará em caso de ataque ou invasão dos seus sistemas. O Dataguard e trará segurança de dados e ainda mais garantia da prestação dos serviços da Jucec aos empresários cearenses”, afirma ele.

Rastreabilidade

A Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice) é a provedora do armazenamento de dados em nuvem para o convênio que abrange nove Juntas Comerciais no Brasil. Alguns dos recursos de segurança mais modernos são utilizados na defesa do sistema remoto, entre eles as ferramentas virtuais pelas quais é possível rastrear o tráfego.

Katia Arruda é PhD em Comunicação e Estudos de Mídia. Na Etice ocupa o cargo de Analista de Governança e Comunicação, a profissional explica uma das estratégias de proteção de dados utilizadas.

“A tecnologia de “cloud firewalls” forma uma espécie de barreira virtual, hospedada em nuvem, para infraestruturas, aplicativos, plataformas e servidores online. Dessa forma, elas garantem, em qualquer lugar que o usuário esteja, uma maior segurança para acessar tais informações e serviços. Isso porque permitem filtrar o tráfego que poderia vir a ser prejudicial para a rede”, informa a analista.