Ceará vive nova fase de crescimento com avanço do empreendedorismo no interior

22 de outubro de 2025 - 15:06 # # # #

Presidente da Jucec, Eduardo Jereissati, destaca avanço da digitalização e o protagonismo do setor de serviços na economia cearense

O mapa do empreendedorismo cearense está mudando. Se antes era preciso vir à capital para abrir um negócio e garantir crescimento, hoje o cenário é outro: o interior do Ceará vive um momento de expansão econômica, impulsionado pela tecnologia, pela simplificação dos serviços públicos e por políticas que aproximam o desenvolvimento de quem vive fora da Região Metropolitana de Fortaleza.

A análise é do presidente da Junta Comercial do Estado do Ceará (Jucec), Eduardo Jereissati. “O empreendedor do interior não precisa mais vir à capital para prosperar. Essa é uma realidade que ficou no passado. O nosso papel tem sido criar condições para que as pessoas possam crescer onde vivem”, afirma.

Digitalização e autonomia regional

De acordo com Eduardo Jereissati, a digitalização dos serviços públicos foi decisiva para esse novo momento. Hoje, o processo de abertura de empresas é totalmente online, podendo ser feito de qualquer cidade cearense, até mesmo pelo WhatsApp, por meio do assistente virtual Juca, que utiliza inteligência artificial para orientar o cidadão e realizar todo o trâmite de forma automatizada e validada pelo Gov.br.

O resultado dessa modernização é expressivo: o tempo médio para abrir uma empresa caiu de 150 dias para apenas cinco minutos no caso de negócios classificados como de baixo risco. “A integração entre os órgãos públicos eliminou a repetição de etapas e documentos. Hoje, são os dados que circulam, não o cidadão”, destacou.

Serviços ultrapassam comércio em número de empresas

A nova dinâmica econômica também está redesenhando o perfil empresarial do Ceará. Segundo dados da Jucec, o setor de serviços superou o comércio e passou a ocupar o topo do ranking de empresas ativas no estado.

Atualmente, são cerca de 1,07 milhão de empreendimentos registrados, sendo 41% de serviços, 38% de comércio e o restante de indústria. Em Fortaleza, que concentra 445 mil empresas, os segmentos de moda, turismo e têxtil permanecem entre os mais representativos.

Para o presidente da Jucec, essa mudança reflete também o comportamento das novas gerações.

“Os jovens empreendedores, especialmente da geração Z, estão apostando em negócios digitais, tecnologia e inovação. Isso tem ampliado o alcance da economia do Ceará e diversificado as oportunidades de trabalho”, explica.

Outro ponto destacado por Eduardo Jereissati é a possibilidade de iniciar atividades econômicas em espaços domésticos, amparada pela legislação atual. “Hoje, é possível empreender no quintal de casa, gerar renda, empregar outras pessoas e movimentar a economia local. Essa é uma transformação silenciosa, mas muito significativa”, afirmou.

Segundo ele, o fortalecimento do interior cria novos polos de consumo e renda, reduzindo a concentração econômica da capital e promovendo uma distribuição mais equilibrada das oportunidades em todo o território cearense.